Decadente, desolador e totalmente desinteres sante. Três palavras para definir em três tempos o actual Jardim Botânico da Universidade de Lisboa, no Príncipe Real. Impressiona percorrer todos os caminhos e verificar o mais decrépito sinal dos tempos que atravessamos. Deixa-se morrer, assim, um jardim como este e continua a cobrar-se visitas? O cenário é inimaginável: folhas a monte que ninguém varre, plantas secas e doentes, lagos e cascatas sem água, canteiros abandonados com espécies mortas e/ou quase inexistentes, relva e buxos degradantes, etiquetas de identificação total ou parcialmente partidas e mal escritas (Macaronésia em vez de Macronésia! Alguém estaria com fome? lol), bancos de jardim completamente degradados, caixotes do lixo (de plástico barato) enfiados em objectos de cimento das obras utilizados, normalmente, para condutas de esgoto e até o insólito de três cogumelos esculpidos em mármore rosado... Depois ainda existe o antigo Observatório Astronómico e uma casa de madeira, estilo "bangalow", totalmente entregues a si próprios. Não há palavras. No meio de tantos turistas, de câmaras em punho, senti vergonha. "Je suis vraiment déçu", ouvi de um grupo de franceses, igualmente desiludidos com a impossibilidade de visitar uma suposta exposição de lagartas, que só abrirá ao público em Novembro. Como se chama a atenção (com um cartaz tão grande na entrada) para algo que, afinal, só estreará daqui a três meses?! A palavra "Brevemente" teria ficado bem. Neste país é "8 ou 80". Com tanta petição que me pedem para assinar, acho que deveria haver uma que fizesse sentir a necessidade urgente de fechar as portas deste jardim e tratar da sua recuperação. Get Real!
Sem comentários:
Enviar um comentário